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O design de interacção

O design de interacção encontra-se entre as disciplinas relacionadas com o estudo da interacção pessoa computador. Nesta área de actuação do design pretende-se criar produtos interactivos para suportar as pessoas no seu dia a dia. Produtos usáveis, geralmente entendidos por produtos fáceis de manipular, usáveis de forma eficaz e que providenciam um uso agradável.
O desenvolvimento deste processo requer um estudo sobre quem os vais usar e onde / como é que os produtos vão ser usados. É, também, preciso saber e compreender o tipo de actividades que as pessoas estarão a fazer quando usarem os produtos. A apropriação e adequação das interfaces dependem do tipo de actividades que vão desempenhar.
Uma questão chave para o design de interacção é: como optimizar a interacção dos utilizadores com o sistema, envolvimento ou produto, para que se adeqúem às actividades dos utilizadores que estão a suportar?
Em particular, é acerca de criar experiências de utilizador que permitam melhorar a forma como as pessoas trabalham, comunicam e interagem. É acerca de encontrar formas para suportar as pessoas. Isto contrasta com a engenharia de software cujo objectivo principal é a produção de software para determinadas aplicações.
Tal como os arquitectos estão atentos à interacção das pessoas com o espaço e a forma como se sentem nele, os engenheiros estão mais preocupados com questões mais técnicas que suportam o projecto.
Com a aplicação da informática em cada vez mais actividades sociais, um dos maiores desafios foi desenvolver computadores acessíveis e usáveis por mais gente para além dos engenheiros, para suportar tarefas envolvendo a cognição humana. Para tornar isto possível mais gente para além de engenheiros ficou envolvida no design de interfaces.
Com o crescente uso de objectos informáticos torna-se cada vez mais importante a adequação das interfaces aos seus públicos e dá-se maior importância à sua qualidade tanto ao nível gráfico, como estrutural. Um e outro inter-relacionam-se para formarem um todo comunicativo que veicula uma determinada imagem, ou seja, é neste processo que se constrói uma imagem e se emitem juízos. Desta forma, é imperioso pensar na imagem construída pelo utilizador de uma interface durante e após a sua manipulação. Esta pode ou não, estar de acordo com os propósitos iniciais do autor, desde logo, a comunicação estabelecida pela interface deve ser assertiva. Para além deste facto vivemos num mercado concorrencial onde as escolhas se tomam por razões subjectivas ligadas à emoção mais do que por tomada de decisões de forma racional. É importante pensar as emoções e a forma como as interfaces promovem estados emotivos que possam ajudar a determinar as escolhas dos utilizadores.

Acerca do design de interface

Com a evolução da computação e a penetração da informática em cada vez mais sectores de actividade social, a manipulação da informação sofreu profundas alterações, nomeadamente no que toca às interfaces que promovem e tornam consequente a interacção entre utilizador e computador. Estas desenvolveram-se e diversificaram-se no sentido de se adaptarem às especificidades, tendo em consideração o seu público-alvo, assim como o contexto e paradigma interactivo que servem.
É distinta a interface de um software de edição de texto, como o que serve para escrever estas linhas, de uma interface narrativa que permite o desenrolar de uma história e a imersão do utilizador no espaço de interacção. No primeiro caso pretende-se uma interface que possibilite um trabalho eficaz, no segundo uma interface cuja forma esteja implicada com o seu conteúdo, ou seja, que a forma seja construída de acordo e ao mesmo tempo que o conteúdo. Aqui, a interface contextualiza e forma o espaço interactivo; criam-se imagens que promovem estímulos emocionais e estrutura-se o espaço de interacção permitindo ao utilizador habitá-lo, interagindo com os seus elementos. Imagem e estrutura, forma e conteúdo formam um todo interligado sendo a “voz visual” o elemento de conexão entre estes elementos.
Ao longo do tempo as interfaces têm sido foco de interesse por um conjunto de actividades cada vez mais alargado, desde a Engenharia ao Design Gráfico, o que originou o desenvolvimento de novas disciplinas projectuais como o Design de Interacção e o Design de Informação e Visualização. E para cada uma delas contribuem um leque cada vez mais alargado de disciplinas como a Informática, o Design de Comunicação, o Cinema, a Animação, ou as Artes Digitais, por sua vez uma deriva das Artes Plásticas.
Actualmente fala-se em interfaces enquanto objecto cultural e existe um desenvolvimento muito grande e diverso na forma como se manipula e visualiza informação. Podemos ver interfaces de visualização e ordenação dos e-mails recebidos, das relações sociais existentes entre os frequentadores de um blog, de visualização e análise de histórias pessoais organizadas espacial e cronologicamente, de visualização, em forma de composição mais ou menos artística, das acções cotadas em bolsa das setenta e quatro maiores empresas do ano, de interfaces para telemóveis que promovem a comunicação emocional, através da composição da mensagem verbal com a mensagem visual, etc. De notar, que neste tipo de desenvolvimentos estão presentes alguns dos ingredientes provenientes do design e das artes: a preocupação com a organização das formas e cores no espaço visual/espaço de interacção, ou seja, a composição, o layout e a preocupação com a imagem, ou um sistema assente em imagens e naquilo que podem provocar. Nestas composições interface e conteúdo são cada vez mais indivisíveis. Está, também, presente a união entre “voz visual”, a forma como os elementos são organizados esteticamente e a comunicação emocional. Para estes desenvolvimentos tiveram particular importância da utilização e massificação da informática na vida quotidiana que promove uma interacção mais simples e mais eficaz para um público menos especializado. Generalizaram-se os dispositivos com o objectivo de generalizar o diálogo pessoa – computador em aplicações genéricas e formou-se um corpo teórico que foi sendo desenvolvido a par do aumento da importância destas questões, recorrendo a um leque de disciplinas cada vez mais alargado.
A evolução da computação tem implicações na interacção utilizador computador: o aumento muito grande do uso de computadores, especialmente por pessoas fora das profissões da computação, o que promove o aumento da inovação nas técnicas de input de informação que combinadas com baixo custo leva ao rápido acesso à computação por pessoas deixadas de fora da revolução dos computadores.
Nas últimas décadas tem sido dada cada vez mais importância às interfaces das aplicações computacionais. Estas envolvem todos os aspectos de um sistema com o qual mantemos contacto. É através delas que os utilizadores têm acesso às funções da aplicação. Factores de satisfação subjectiva, de eficiência, de segurança, de custo de treino, de retorno de investimento, todos dependem de um bom design de interface.


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